segunda-feira, 6 de maio de 2013

Mães só precisam de filhos dos quais possam se orgulhar...



Ser mãe, sonho e desejo de muitas mulheres, mas sonhos e desejos pertencem a um lugar psíquico que não comporta a realidade. Sonhos e desejos estão envoltos em nuvens, fantasia, imaginação. São sempre perfeitos, e nisso distinguem-se do real palpável. O real se sujeita à dinâmica da vida e sofre transformações, queiramos ou não. É no real que devemos pensar naquele serzinho fofo envolto em mantas, frágil, sensível à luz, sons, temperatura...

Criaturinha linda e perfumada, saída dos sonhos, que emite sons graciosos e que, com o passar dos dias e meses, começa demonstrar sua voluntariedade e rapidamente descobre modos de comunicar sua vontade. Começando a perceber o que funciona, ou não, logo vai testar novas formas de obrigar a mamãe a atender seus desejos, no seu tempo, ou seja, aprende a “jogar” para conseguir o que deseja, na hora que quer.

Nesse ponto começa o peso da maternidade, a dificuldade para pôr de lado o coração a fim de agir com a razão, é chegado o momento de olhar para o bebê, cada dia mais encantador, e começar a mostrar quem está no controle, e que a vontade da mamãe precisa prevalecer.

Bebês nos hipnotizam, parecem zombar da nossa ignorância sobre eles. Jogam olhares, doçura, charme, nos seduzem, mas quando lhes convém esperneiam, dão tapas, chutam, gritam e se ficamos no transe em que nos puseram, perdemos a oportunidade de educá-los! Ser mãe é aprender a olhar para o filho, com um olho no presente e outro no futuro, pois eles crescem, e mãe quer sentir orgulho do filho que tem.

Um bom caráter se forma com limites, diálogo, afeto. Isso requer barrar, frustrar, dizer não, ou os fofinhos logo transformam a família, a escola e a sociedade num caos. Se tornam pessoas infelizes e espalham infelicidade por onde passam. Dar limites é desgastante, pode durar alguns anos para os mais rebeldes, é repetitivo, mas fundamental à paz na família e sociedade, e mais que isso é referência de amor para a criança. 

Pensar nisso no momento em que se debate a redução da maioridade penal, é muito importante, pois nos faz lembrar que os delinquentes juvenis, todos eles, sem exceção, foram um dia bebês fofinhos, amáveis,  lindos e amados, capazes de despertar em nós os mais lindos sentimentos... Não nasceram bandidos, se tornaram bandidos por falta de investimento familiar e social.

Devemos refletir, não para justificar os atos deles, mas para lembrar que educação, princípios relacionais, limites, respeito aos direitos alheios e às pessoas começa em casa e é introduzido por pais e mães, principais  responsáveis pela construção do caráter da criança. É essa construção que faz com que não sejam bandidos. Refletir para não fazer vistas grossas às pirraças, malcriações, trapaças.

Há milhares de mães desmotivadas para festejar essa data que movimenta tantos afetos, porque lhes dói ter filhos perdidos para as drogas e o crime, mães que buscam respostas, tentando saber onde erraram e se desculpam dizendo que trabalharam tanto, fizeram de tudo pra não faltar nada aos filhos... Mal sabem que faltou, firmeza, faltou olhar o presente e o futuro ao mesmo tempo, faltou lembrar que eles crescem...

Filhos precisam de mães que sejam referência na vida deles e mães não precisam de nada, apenas de filhos dos quais possam se orgulhar.

Prov. 29.17 Corrige teu filho, e ele te dará descanso, sim, ele agradará teu coração.

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